O pracinha, cidadão de Cosmópolis-SP, defendeu o Brasil nos combates da FEB durante a segunda guerra mundial.
O bravo expedicionário Paulo de Azevedo Filho, nasceu em Cosmópolis no dia 24 de maio de 1921. São seus pais o Sr. Paulo Barboza de Azevedo e Dona Elvira Strazzacappa Azevedo. Fez o curso primário no grupo escolar de Cosmópolis e o curso ginasial no Colégio Cesário Mota em Campinas. Foi aluno do Tiro de Guerra nº 176 em Campinas, recebendo o certificado de reservista no dia 7 de setembro de 1940.
Em 14 de janeiro de 1943 foi convocado para servir no 6º regimento de infantaria com sede em Caçapava, tendo feito alguns meses depois de ter sido incorporado, o curso de enfermeiro no Instituto Federal de Especialistas, no 4º batalhão de infantaria em São Paulo. Terminado o curso, retornou a Taubaté, para integrar a sempre gloriosa Força Expedicionária Brasileira.
Fazendo parte da formação da Saúde do 3º batalhão, do 6º regimento de infantaria, embarcou para a Itália no dia 1 de julho de 1944 a bordo do gigantesco transporte americano General Mann o qual levava a bordo 5400 homens, comandados pelos generais Mascarenhas de Morais e Zenobio da Costa. Desembarcou no porto de Nápoles no dia 16 de julho, após ter feito uma boa, mas arriscada viagem. Antes do navio atracar a sua primeira impressão foi ótima, pois tendo avistado somente água durante 15 dias, e avistando os primeiros sinais de porto, julgou que finalmente desceria em terra firme e que iria conhecer as maravilhas do porto de Nápoles. Grande porém foi sua surpresa ao desembarcar, pois enorme era a quantidade de navios semi-afundados, casas inteiramente destruídas, havendo por todos os lados destruição e ruína. Logo após o desembarque, seguiu com os demais para Bagnoli, onde ficaram acampados no bosque real, onde outrora tinha existido o vulcão Astrônia. A primeira noite passada em terras italianas foi bem desagradável, pois durante uma hora os alemães bombardearam o porto de Nápoles, que ficava bem próximo ao acampamento. Neste primeira noite, tiveram pois uma amostra do que seria a guerra.
Depois de 15 dias seguiu para Tarquinia, antiga capital Etrusca, onde permaneceu 20 dias para receber material e as instruções para entrar no fronte. De lá, foi para Vada, onde receberam as últimas instruções.
A 15 de setembro foi o batismo de fogo do batalhão, demonstrando neste dia os valentes expedicionários o quanto eles seriam capazes. A primeira missão que foi designado a cumprir foi em Monte Plano, onde com mais 3 companheiros transportaram o primeiro ferido do batalhão, que era o 3º sargento Mauro, ferido com um estilhaço de granada.
Sempre fazendo parte da 8º companhia do 3º batalhão, tomou parte em todas as batalhas, onde foi designado o 3º batalhão. De todas elas, duas foram honrosas, sendo que a de Montese foi ainda pior que a de Monte Castelo, onde os brasileiros sofreram grandes baixas.
A missão mais perigosa que cumpriu foi durante o ataque a Montese, onde além do terreno estar inteiramente minado, grande era o número de baixas da companhia que tinha que ser socorridos o mais rápido possível, mesmo debaixo da artilharia inimiga que não cessava um só instante. Este foi também o pior combate sofrido pela Infantaria Brasileira durante a campanha na Itália.
Quanto aos colegas americanos do 3º exército, a impressão deixada por eles foi a melhor possível, pois foram ótimo colegas e bons camaradas, dispensando a todos os brasileiros as maiores atenções. Digno de elogios foi o comandante General Marc W. Clarc, comandante do 5º exército que tratou os brasileiros como seus próprios soldados. O tratamento feito por eles e a acolhida foi a melhor possível, digna porém de um grande povo como sabe ser o americano. Depois de muitas lutas, cessou finalmente o fogo no dia 29 de abril de 1945, com a rendição incondicional da 148 divisão alemã, que se rendeu ao sempre glorioso 3º batalhão do 6º regimento de infantaria comandado pelo tenente coronel Silvino Castor da Nóbrega, em Fornovo. Finda a luta, seguiu para as proximidades de Genova, onde ficaram aguardando o embarque. Devido porém a demora em arrumar o porto que estava quase destruído inteiramente, seguiram para Nápoles onde a 6 de julho embarcaram com destino ao Brasil. Na bela manhã do dia 18 de julho, atracava no porto do Rio de Janeiro o grande transporte americano General Meigs, trazendo os valentes soldados que em terras estrangeiras elevaram tão alto o nome do Brasil. A viagem foi ótima e grande era a alegria dos soldados por estarem de volta ao lar.
No Rio de Janeiro receberam os nossos pracinhas, as mais calorosas homenagens do povo carioca que demonstrou assim a gratidão aos bravos expedicionários que souberam defender a nossa querida terra o Brasil.
Depois destas grandes homenagens que receberam no Rio, embarcou o nosso herói para a sua cidade natal, recebendo ainda em Campinas as homenagens de seus amigos e aqui chegando ao findar do dia 23 de julho de 1945.
Pela sua brilhante atuação, recebe a medalha de campanha, como recompensa da sua bravura, medalha esta que lhe confere o governo do Brasil. Do povo campineiro recebeu também o nosso herói, mais uma medalha, as quais serão guardadas como troféus da vitória. Felizmente voltastes, Expedicionário do Brasil, como portador de melhores esperanças para o futuro do mundo, para o futuro da nossa pátria!